domingo, 27 de julho de 2008

Mãe.


Em um domingo desses de fim de mês, que ocasionalmente frequento a casa dos meus avós, estava eu, sentado na porta da cozinha da minha com um prato de pastel no colo que ela sempre faz, como diversas outras coisas, só para me agradar. Sentado ali, passava na minha frente uma galinha com uns 15 pintinhos, todos ao redor dela, a galinha, e às vezes um ficava para traz e se dava por conta e saia correndo até ficar junto da mãe, a galinha. Olhei para o lado tinha uma mangueira, com duas vacas e 3 bezerrinhos recém nascidos, fui até la e tentei me aproximar para ver de perto e logo se espantaram, a vaca me olhou com uma cara de quem diz, "chega mais perto que eu te mato", tudo bem, respeitei o limite que ela impôs com o olhar. Voltei la na cozinha da , larguei o prato na pia e disse, "tava muito bom "minha véia".." que pra ela alegria maior não existe do que a de contentar um neto. Voltei la pra fora, com o meu velho costume de ficar dando fé em tudo e fui ver uns filhotes de uma cadela que acabara de dar cria. Cheguei bem perto, dei "oi" pra cadela, e quando peguei um filhote dela na mão ela me olhou com uma cara de doer o coração, se levantou, e ficou de pé olhando para o nada. Então me caiu uma ficha...todos os animais, protegem seus filhos enquanto novos, e quando chega o momento, os deixam viver da maneira que querem.
acopntece uma coisa engraçada, talvez ser mãe não seja tão fácil assim em um mundo que se vive hoje, que os filhos ja nascem sabendo, falando dos seres humanos, quando agente liga a TV, aparece um menino rico, usando droga, ou o caso Isabella, que a mãe não cuidou o suficiente da filha, os pais que abandonam os filhos, assim como muitos outros casos que todos já estão carecas de saber.
Não deveria ser ao contrário? Essa história ai de ser racional e irracional não ta bem contada, e como eu sempre falo nos textos, é tão fácil rir, ou usar animais como alimentos ou como forma de se dar bem...
Mas, mãe é mãe...


Ps. Reparem bem a foto, não são só gatinhos..


Por Marcelo Figueiredo

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A casa da esquina e a fita K7


Hoje, quando peguei a Zero Hora, fiz questão de nem ler a matéria de capa, a foto era suficiente para me dizer que o assunto não iria me agradar.Por mais que seja uma notícia importante, ainda assim, se trata de uma tragédia. E hoje, pelo menos hoje, eu não quero saber de coisas ruins.
Pois bem, fui passando, como hoje é quarta-feira, resolvi fazer o que um bom amante de futebol costuma fazer em dia de jogos importantes, ler o jornal de trás pra frente, logo de cara encontro com a foto risonha de David Coimbra, logo em seguida vou passando pelas contratações de D’alessandro, Gustavo Nery e Daniel Carvalho. Puxa! Suficiente pra me arrancar um sorriso, mesmo sabendo, que nosso gringo camisa cinco vai embora, e que nosso meia-goleador de voz fina também se despede.Hoje tem jogo do colorado, e a camisa com numero oito e distintivo bordado, tem cadeira cativa na sala de casa.
Volto um pouco mais, e ai sim, já fora dos esportes, encontro o começo de uma nova história, dois homens bem diferentes e ao mesmo tempo muito iguais, um deles com fama de gênio complicado, o outro, um boa praça, de sorriso tímido. Se isso os diferencia, existe algo muito maior que os aproxima, e os dois sabem bem disso.
Falo aqui de Humberto Gessinger, e Duca Leindecker...
Eterno líder da maior banda que o Rio Grande do Sul já viu nascer e crescer, no comando da engenharia havaiana, Gessinger lançou dezessete discos, viu sua banda trocar de formação seis vezes, em 1992 tentou carreira solo, e não teve vergonha nem medo de voltar atrás, e retomar a história dos Engenheiros do Hawaii, amado por uns e odiado por outros, não há dúvida que é um dos mais polêmicos e talentosos músicos que o Brasil tem. Mas ele não é só músico, o Humberto é poeta que tem o seu jeito caracteristico até pra coçar a barba.
Já Duca Leindecker, começou ainda pequeno ao lado do grande Alemão Ronaldo, em uma das bandas mais respeitadas pelos músicos porto-alegrenses, a lendária Bandaliera, nessa época, o então menino Duca tinha apenas dezessete anos.Tempos depois, no início dos anos 90, Duca, ao lado dos irmãos Luciano (de sangue) e Cau (de coração) monta a Cidadão Quem.
Engenheiros e Cidadão, sempre foram duas das bandas mais idolatradas pelos gaúchos, e no caso dos Engenheiros, isso se repete Brasil afora.
Não sei se por coincidência, ou se pelo faro por coisas boas (modesto), tenho duas situações bem marcantes na minha vida, e cada uma delas diz respeito a esses dois caras,Gessinger e Duca...
Quando eu ainda tinha onze anos, e só ouvia as músicas sertanejas que meu pai colocava no 3 em 1, fui apresentando para uma fita K7 dos Engenheiros do Hawaii, nunca tinha ouvido nada além de era um garoto que eu amava os Beatles e os Rolling Stones...Nossa, aquilo mudou minha vida, literalmente, ouvia a fita a toda hora, pirei com Infinita Highway e Terra de Gigantes, queria decorar o que aquele alemão cabeludo, tocador de baixo, cantava sobre as guitarras cheias de efeitos que eu não sabia que existiam.Por vezes tive medo de arrebentar o tal K7...
Já faz quase quinze anos, em todo esse tempo perdi as contas de quantas vezes fui a loja de discos, pra saber se tinha novidades da banda, mesmo que fosse uma dessas coletâneas que as gravadoras inventam pra ganhar dinheiro, eu queria tudo que tivesse aquelas engrenagens na capa.Perdi as contas de quantas vezes entrei em discussões, na grande maioria sozinho.Lembro bem da minha alegria ao gravar os shows que a banda fazia no planeta Atlântida, e claro, não esqueço da vez em que fiquei até as três da manhã, ouvindo e gravando, o papo que o Gessinger batia com Mister Pi.
Ainda hoje penso que muitas das coisas que Humberto escreve e canta, contam um pouco do que sou, e isso muito me orgulha, sei que mesmo nos dias em que as coisas não vão bem, ainda posso colocar os fones no ouvido e buscar minha “cura”.
Já o Duca, veio um pouco mais tarde, e também com o planeta Atlântida, sim, ele, a exemplo do Humberto também mereceu uma fita com seu nome escrito com caneta marca texto.
Mas a história que me aproximou do Duca veio depois, um amigo pegou, não sabe por qual motivo, um livro com capa branca e laranja, que estava na biblioteca da escola, acabou não lendo, e mais que isso, esqueceu aqui em casa, resolvi ler A casa da esquina, primeiro livro de Duca, pouco mais de cem páginas, mas que me levaram até a casa amarela e cheia de mistérios.
Depois disso, já nos tempos de segundo grau, promovi o encontro musical de engenheiros e cidadão, convidamos também o Cazuza, o Nenhum de Nós, a Ana banana do TNT e outros tantos que mexiam com nossas cabeças.Foi tudo aqui em casa, quando a nossa humilde e modesta bandinha de garagem ensaiava, (abraço pro Douglas e pro Gustavo) que bom que nosso barulho parou, viram só, nenhum sabia nada de música, tanto que hoje um é militar, outro professor de informática, e ainda tem um que acha que é radialista.
O tempo vai passando e as coisas vão acontecendo, fui a três shows dos Engenheiros, o ultimo deles em novembro do ano passado, dia 15, em Santa Cruz do Sul.
Shows da cidadão, fui em seis, o ultimo deles este ano, dia cinco de junho, no Absinto, durante a tarde bati um papo com o Duca na rádio, pra mim ainda é meio louco estar tão perto de uns caras que um dia pareciam estar muito longe.
A noite caiu, desci a Fernando Ferrari com um frio na barriga, havia sido avisado, por telefone uns minutos antes, que eu tinha uma missão, iria chamar a banda pro palco.
Assumi a bronca e tentei fazer o meu melhor, não é tão novidade pra mim, já fiz isso com outras bandas, várias delas com expressão bem legal, mas com a Cidadão era diferente, ainda mais depois da parceria que o Duca estabeleceu com o Humberto.
Hoje, quando li na Zero que as duas bandas, Cidadão e Engenheiros, vão dar um tempo, senti medo, enquanto a galera da cidadão tem data pra voltar, o Humberto diz não ter certeza de nada.
Sei que coisas boas vem dessa parceria musical e literária entre o Humberto e o Duca, mas tenho receio de não ter chance de realizar um dos meus maiores sonhos...
Gritar bem alto a seguinte frase: Com vocês, os Engenheiros do Hawaiiiiiiiiiiiiiiii !

Por Fabiano Oliveira

sábado, 19 de julho de 2008

Os mestres do blábláblá

Para entender a quem esse título homenageia é preciso ler o que segue. Lembra daquela frase clássica que rolava freqüentemente há pouco tempo atrás "A esperança do futuro são os jovens"? Claro que você lembra. Essa frase nasceu de uma estratégia que tem intento de ludibriar a mente dos jovens, da preguiça e da falta de coragem de fazer as coisas por parte dos anciões velhacos. Algum adulto triste com a situação do mundo e com um raciocínio malandro bolou essa sentença para que os jovens "mudassem o mundo". Pois é na fase da juventude que atingimos a idade do "princípio da percepção geral das coisas", começamos a entender o modo que a vida funciona e a merda que está isso tudo. Nos damos conta dos roubos, dos desvios, a política do enganar, a violência e todas essas outras coisas que a gente ouve toda a hora. A gente compreende isso e se revolta, a juventude de 40 anos atrás entendeu tudo e se revoltou, os malandros que tinham 20 anos em 1630 captaram tudo e se revoltaram também. Se revoltaram, mas não fizeram nada. A gente não fez nada. A gente não faz nada. O sábio que bolou que nós somos a esperança do mundo botou gasolina no fogo, mas não adiantou, a gente está a um passo de mudar as coisas. Mas antes de mudar qualquer coisa eu queria saber só uma coisa. Por que esses adultos de merda que têm grana, vida estável, condições, etc, não mudam coisa nenhuma? E se eu perguntar isso ao mestre yoda que criou essa frase tema do meu texto ele iria me responder com outra interrogação "Por que a gente vai mudar algo se temos vocês?"

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Lembranças


Tentei fazer do mesmo jeito pra ser diferente, e depois tentei fazer diferente pra ser do mesmo jeito...em vão !
Busquei lá no fundo de um baú velho, a caixa de recordações pra lembrar com exatidão quem sou, olhei pros dois lados pra ter certeza que estava sozinho, então comecei a ver as fotos da pré-escola, eu ali todo orgulhoso vestido de marinheiro, juramento ao lado dos colegas, tudo isso dentro do nosso grande barco, feito com papelão e que o pai da Simone fez e colocou no meio da igreja; Minha mãe guarda até hoje aquele uniforme, mas não sei onde, pq nesse baú não está.
Mais uma olhada aqui, outra ali, mais fotos vão surgindo, tem também um monte de papeis velhos, umas coisas que nem sabia que existiam, mas estão ali, fazendo número junto com as reliquias que ajudam a contar minha história..fotos da catequese, nossa ! lembro que eu estava muito nervoso, a pra completar meu pai ainda brincou dizendo que a RBS iria lá gravar pra sair no jornal das sete...meu Deus do céu, e agora ??
Mais uma olhadela na caixa... cd's, fitas casseste, vinil do Cazuza, fita vhs da formatura do ensino médio, invevitável lembrar do meu discurso de encerramento, obrigado galera, ter sido escolhido pra representar vocês naquele momento tão importante, foi um dos melhores presentes da minha vida...
E assim são as coisas, as lembraças de hoje, são as coisas que vivi ontem, as coisas que aprendi com o tempo, as fotos que tirei no passado, enfim, retratos do que sou...
Como é bom, construir cada coisinha sabendo que nada é em vão, que um dia, por mais normal que esse momento seja, vou olhar pra traz, e ver o quanto foi legal ter estado aqui....como foi bacana o primeiro dia na faculdade, o beijo nervoso depois de um papo louco, correr na chuva, escorregar e quase cair, a foto com a galera em São Gabriel, a parceria de dois amigos que aceitam fazer uma ligação especial do quarto do hotel...
Amanhã tudo isso será passado, e que belo passado, por isso nunca mais vou deixar as caixas tanto tempo guardadas, volta e meia vou visitar tudo que me faz bem e que me lembra o quanto tudo vale a pena.

Por Fabiano Oliveira

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Não poderia deixar isso de fora...LEIAM, VALE A PENA!

Pois é. O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos passivos. Olham o escândalo na televisão e exclamam 'que horror'. Sabem do roubo do político e falam 'que vergonha'. Vêem a fila de aposentados ao sol e comentam 'que absurdo'. Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem 'que baixaria'. Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram 'que medo'. E pronto! Pois acho que precisamos de uma transição 'neste país'. Do ressentimento passivo à participação ativa'. Recentemente estive em Porto Alegre, onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, paulista/paulistano que sou. Um regionalismo que simplesmente não existe na São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa. Abriram com o Hino Nacional. Todos em pé, cantando. Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul. Fiquei curioso. Como seria o hino? Começa a tocar e, para minha surpresa, todo mundo cantando a letra! 'Como a aurora precursorado farol da divindade,foi o vinte de setembroo precursor da liberdade'Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para mim eles oferecem. E eu fico pasmo. Aquilo cria um espírito de comunidade ao qual eu, paulista, não estou acostumado. Desde que saí de Bauru, nos anos setenta, não sei mais o que é 'comunidade'. Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo. Aliás, você sabia que São Paulo tem hino? Pois é...Foi então que me deu um estalo. Sabe como é que os 'ressentimentos passivos' se transformarão em participação ativa? De onde virá o grito de 'basta' contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil? De São Paulo é que não será. Esse grito exige consciência coletiva, algo que há muito não existe em São Paulo. Os paulistas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção. São Paulo é um grande campo de refugiados, sem personalidade, sem cultura própria, sem 'liga'. Cada um por si e o todo que se dane. E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes. Penso que o grito - se vier - só poderá partir das comunidades que ainda têm essa 'liga'. A mesma que eu vi em Porto Alegre. Algo me diz que mais uma vez os gaúchos é que levantarão a bandeira. Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo. Que venham, pois. Com orgulho me juntarei a eles. De minha parte, eu acrescentaria, ainda: 'SIRVAM NOSSAS FAÇANHAS DE MODELO A TODA A TERRA'

Texto de Arnaldo Jabor

Detalhes...

Não vou ter vergonha de falar aqui, que eu como qualquer outra pessoa no mundo, tenho sentimentos e algumas coisas me deixam mal, e algumas coisas me deixam feliz pro resto do dia.
Não vou falar do que me deixa mal, e sim das pequenas coisas e detalhes que me fazem ter vontade de viver, um "bom dia, e ótima semana" que o Fabiano fala na rádio de manhã, ou quando em algum comércio eu sou tratado com educação, quando uma pessoa passa por ti na rua e para pra conversa, parece se importar com a gente, quando uma professora recebe a gente na sala de aula sorrindo, quando algum amigo vem me visitar, enfim, esses detalhes tem gente que não perecebe, mas deveria, ja que nem todo mundo é assim, nem todos não são egoístas e fazem da inveja um escudo contra si mesmos...Feliz de quem tem o dom de estraír as coisas boas da vida, e não perde tempo pensando, e passando coisas ruins...mas...cada um escolhe como quer morrer, vivendo!

Promessa


Eu disse que viria aqui...sai do trabalho, passei em casa, peguei a máquina fotografica, as pilhas comprei no posto de gasolina, o mesmo onde compro chocolate pra mãe...pronto, cá estou, junto comigo minha mochila, o mp3, fones de ouvido, goma de mascar e uns poucos centavos de crédito no celular, o suficiente pra dizer o que mais importa...
Bem, cumprida a promessa, é hora de arrumar a casa...
Por Fabiano Oliveira

Uma breve explicação

Tenho feito uma grande propaganda do blog, falo pra todo mundo...
-"...Melhores erros ponto blogspot ponto com, é um blog onde escrevo com mais dois colegas de faculdade, acessa lá, e se gostar comenta !..." digo isso pra todo mundo !
Vários se interessam, e muita gente me pergunta sobre o que esse trio de futuros jornalistas escreve aqui, sei o que escrevo, mas é tão dificil explicar, e talvez por se tratar de coisas tão simples e rotineiras seja ainda mais complicado.
Sempre digo que escrevemos sobre as coisas que pensamos e sentimos, e é verdade, muito embora a resposta seja um tanto quanto vaga, é a mais verdadeira e sincera resposta.
Escrevemos aqui sobre ontem, sobre o mês passado, sobre as lembranças de coisas que aconteceram onde nós três sequer nos conheciamos, escrevemos sobre medos, angustias, aflições, alegrias, desejos, vitórias, choro e riso se misturam em textos que nem sabemos se serão lidos...
E mesmo que não leiam, ainda assim, meus escritos são um belo refúgio, entro aqui, fecho as portas de tudo que pode me atrapalhar e começo, as vezes teclo numa rapidez espantosa, de dar inveja, mas na grande maioria escrevo de meneira calma, quase suave, ouvindo o que a engenharia hawaina tem a dizer, e eles sempre tem muito a dizer...
Quando escrevo aqui me sinto mais leve, não me importo com o msn que não abre, nem mesmo com o orkut que volta e meia "dá pau"...o que importa mesmo é que aqui tudo é meu, minhas linhas, minhas vontades, meus desejos, meus sonhos e desejos mais secretos...as vezes até acho que estar aqui me protege de tudo que possa me machucar, aqui escrevo o que talvez não tenha coragem de dizer... Só aqui tenho coragem de gritar, mas de gritar bem alto quando tenho tentado, mas não está dando...
Vou deixar a onda me levar, acho que não estava na hora certa, naquele certo lugar !

Por Fabiano Oliveira

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Véspera

É incrivel como a véspera é uma data importante, sem exeções !
Não consigo imaginar o natal como sendo o dia 25, pra mim é dia 24 e pronto, e mais, dia 25 só depois que durmo, não me importa se já passou da meia noite, o que sinto e vivo, vai além dos ponteiros de um relogio tolo, mesmo que ele seja importado, e tenha sido o presente desse ano...
E no ano novo...mesma coisa, a emoção mora nos foguetes do 31 de dezembro, são eles que levam meu cachorro pra debaixo da mesa, e a lentilha e no porco assado que só a mãe sabe fazer ??? Tudo na véspera, o legal mesmo, é ver os vizinhos com roupa nova, é brindar em copo descartavel, sentar no sofá da sala, sintonizar na Globo pra saber qual vai ser o primeiro comercial do novo ano (abraço aos amigos da pp)...e tudo isso acontece na véspera..sim, por que se eu ainda não dormi ainda é a véspera.
Agora já não acontece, mas lembra das páscoas da infância ?? na véspera eu sempre dormia pensando em onde eu iria começar a procurar o ninho, na verdade eu já sabia que eram meus pais que compravam e escondiam, mas deixava eles pensarem que eu ainda acreditava no coelho...bons tempos aqueles.
E a véspera do exame na faculdade?? nossa ! livros aqui e ali, muitas dúvidas e uma certeza; vai ser foda !
Véspera do primeiro dia de trabalho então,terror e felicidade se confundem, o medo de ser traido pelo despertador é constante, e a preocupação com o horário do ônibus também assusta.
è na véspera que dá o frio na barriga, é ali que os passos são mais apressados, que o pulso vibra forte, que tudo faz mais sentido...
E hoje ?? bem, hoje já é 12 de julho, mas como eu ainda não dormi, pra mim ainda é a véspera.

Por Fabiano Oliveira

Coragem


Depois ainda vou escrever mais, o certo, é que as músicas do Gessinger são mais que junções de acordes precisos com letras desafiadoras, são ensinamentos !

Por isso to com ele, e aceito o conselho..."sentir com inteligência, pensar com emoção"...
Por Fabiano Oliveira

quinta-feira, 10 de julho de 2008


Acorda de manhã, procura o que vestir, já sabe aonde ir, aonde eu nunca quis te levar.
O inverno está aí e ele vem te buscar, ele te faz sorrir. Mas veste algo quente que o frio vai chegar.
Desligue o rádio e a TV porque eu, no seu Domingo, vou aparecer e nem querendo você vai viver longe de mim.
Ostenta ser feliz tudo que eu sempre quis, mas melhor se cuidar com toda a tristeza que eu vou te levar e é só pra te devolver, pois embre que é caro me esquecer, barato pra você?
Não tente me esquecer, porque eu não vou deixar, volte pra casa, vai chover porque eu fiz seu Domingo desaparecer e nem querendo, você vai viver longe de mim.
Se eu te disser que eu não vou mais voltar? Se eu te disser que eu não vou acordar?Com quem você irásonhar?
Se eu te disser que eu não vou mais mentir? Não vá acreditar...

Não que né, mas vai que...

Ontem enquanto conversava sobre geopolítica com o Tóbi, notei que aquele primata entendia muito do assunto, sabia argumentar e defender suas posições. Demos uma volta e tal e no caminho encontramos REX que estava mijando numa árvore e resolveu se juntar a nós. Os assuntos se diversificavam ao decorrer do tempo que é o modo que conversas dignas de cultura se orientam. REX sempre foi o mais malandro da turma, o mais rápido e talvez até o mais inteligente em questão de atitudes. Certa hora rolou uma indagação proferida por Tóbi para REX responder, a pergunta era o seguinte "Cara, bem na boa, me responde aí qual é o truque com as mulheres?". O malandro olhou para cima pensando, o que fez crer que aquela não seria mais uma de suas respostas ensaiadas, e disse algo qual quem estava presente não se esqueceria. "Cara, na verdade é muito simples. MULHER É A CONSEQÜÊNCIA DE UM TRABALHO BEM FEITO PERANTE A SOCIEDADE". Em seguida fui para minha casa, pois ele não poderia ter criado tamanha frase digna de algum pensador estrangeiro. E não, ela não estava no google. Ou seja, não estar no google só significava uma coisa, ela ainda não existia. Observei a criação de algo inteligente como muitos de vocês já devem ter presenciado e me dei o trabalho de colocar nomes de cachorros em pessoas e criar situações inusitadas, tipo conversar sobre geopolítica com um amigo meu, só para passar adiante essa notável criação. Outra hora eu conto uma história bonita ou faço um texto engraçado, essa frase era prioridade. Tente entendê-la, pois a primeira palavra pode ser substituída por várias outras e essa sentença ainda fará sentido.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Tu vê..

Um dia desses, acordei em Restinga Sêca, cidade onde nasci, era umas 6 da manhã e fui me arrumar pra ir pra fora com meu pai e meu irmão.
Tomamos um café bem simples, pão e café mesmo sendo que la em casa tanto meu pai quanto eu não ligamos muito pra futilidades.
Essa história de ir pra São Gabriel nos fim de semana, eu o pai e meu irmão se repete desde sempre e nessas viagens eu aprendi os valores da vida, e como o mundo é muito, mas muito maior que o meu quarto. Tu levantando as 6 horas da manhã e saindo pra viajar, tu vê que tem muita gente que acorda essa hora também e se vira, do jeito e da forma que podem e da, desde o jornaleiro, o padeiro indo ou voltando da padaria..
Até aí ok, tu encontra gente pobre, gente rica, gente muito rica e aprende a lidar com todas...Uma passadinha no banco, ai acontece toda aquela conversa cheia de palavras difíceis, logo em seguida na viagem, o pai deu uma carona pra uma senhora que é cozinheira de uma fazenda vizinha la da nossa.
A velha não fecho a boca um segundo no caminho, conto toda vida, que o marido ta com um câncer na garganta, o filho é um marginal e vive brigando de facão, briga até com familiares, e a filha apanha do marido que é cego e por ser cego pensa que está sendo traído...e ela, não tem dinheiro pra compra remédio pra ela porque tem vários problemas no coração. Eu, o meu pai e meu irmão olhávamos pra frente sérios, porque não tinha realmente o que falar pra ela.
La em São Gabriel chegamos na casa de um empregado la de fora, pra entrar na casa dele tivemos que se abaixar pra não bater a cabeça na porta, um fogão a lenha que a fumaça saia toda pra dentro de casa, etc..etc...ele pegou um saco de estopa com as roupas dele e se fomos pra fora.
Dois dias depois voltamos pra casa, e a minha vida continua, vai na casa de um, ou de outro e sempre tu acaba sem querer notando as diferenças das pessoas que eu conheço, e não posso fazer nada, apenas me adaptar a todos.
Com essa de orkut, eu vejo umas guriazinhas colocando foto de gente passando fome na África, não sei o que, isso e aquilo..mas vai toma no cu, me diz do que adianta colocar no orkut uma foto de uma criança passando fome? aHAHAHHAA. Concerteza se passar por alguém na rua morrendo de fome, foge, diz: Que nojo, vai me assaltar, etc etc...
Faça o teu, cuide de sua vida, mas não esqueça de olhar pro lado um pouco e ver onde tu está vivendo. Eu até ia escrever mais, mas eu to indo jantar em uma churrascaria agóra...

domingo, 6 de julho de 2008

Felicidade



Não sei quantas cores existem, nem quais as datas de todos os feriados do ano, tentei, mas não lembrei o nome da simpática senhora que vendia pastel de porta em porta, e que as vezes até deixava eu pendurar uns dois ou três...Quero aqui escrever sobre felicidade, sei que é muita pretenção tentar rotular algo tão amplo e com várias definições, por isso quero falar sobre a minha forma de ver, sentir, e viver a felicidade.
A felicidade de acordar cedo, espriguiçar, lavar o rosto com aguá gelada, sim, até isso é legal, é como se fosse um "acorda logo !", capaz de me fazer viver o dia que está lá fora , só me esperando.Tomar o café da manhã, com o pão da tade de ontem, tudo por que, quando o celular despertou, eu decidi que iria dormir mais um pouquinho, e que o pão quentinho ficaria pra amanhã...O mais incrível, é que no café da manhã planejo algumas coisas, várias na verdade, como vai ser meu dia, o que tenho que fazer, quais e-mails devo mandar, quantas ligações devo fazer, que horário tenho a reunião importante, qual a aula de hoje na faculdade, e no fim, nem tenho tempo de sentir que o pão era de ontem, acho que mesmo de forma inconsiente, é minha tática ultra secreta, para o pão ser sempre o melhor de todas as manhãs...
Coloco a roupa e saio de casa, é 8:17, o sol brilha forte e me faz buscar o óculos que está lá no fundo da mochila, e assim eu continuo, hoje estou a pé, e se engana quem pensa que isso é um problema, como é bom correr pra pegar o ônibus, olhar as várias pessoas, cada uma com sua história, a moça que se arrumou para o primeiro dia no novo emprego, o cara do gás, já com sua roupa de trabalho, o estudante que vai entrar no segundo, ou terceiro periodo, por falar em estudante, o ex colega da 7° série, que agora é desenhista em uma agência de publicidade, é, acho que os professores não deveriam o ter chingado, quando ele desenhava o Jaspion nas mesas...Olhando mais além, e pensando mais a fundo, penso na felicidade de cada um deles, como é bom sair de casa, mesmo que ainda com sono, mesmo que depois de matar o banho, e saber que algo ou alguém te espera, sentir sua importância para o mundo, dentro do mundo...
Ainda dentro do onibus, consigo escutar as mais diferentes conversas, a mãe que aconselha o filho a sair direto da aula e voltar pra casa, o homem engravatado, que fala ao celular e autoriza alguém a fazer não sei o quê. Nossa, como tudo isso é fascinante, e pensar que eu ainda nem passei pela roleta, por falar nisso, é chegada a hora de contar as moedinhas, denovo é hora de abrir a mochila, dessa vez tentando não me bater em ninguém..pronto, moedas em punho, atravesso a roleta e recebo um "Bom dia, muito obrigado" do desconhecido cobrador, ele talvez não saiba, mas isso vai me ajudar durante o dia...Um "com licença" daqui, outro dali, pronto, já estou na porta, pronto pra descer, nem é preciso puxar a campainha, uma menina de riso facil, e que vai descer na mesma parada já o fez...Vamos lá, denovo na rua, agora já são 8:36, pensando bem, seria "já" ou "arrecem" ???
Bem isso não importa, e olhe só, apenas agora lembrei de colocar os fones de ouvido, eles sem dúvida serão uma boa companhia na minha caminhada de ou doze minutos até o trabalho. Eu já comentei com meu amigo Marcio Grings, e ele deve lembrar, mas compartilho agora com vcs tbm, a frase foi a seguinte: "como é bom ouvir sua música preferida no rádio, muito mais mágico do que colocar o cd e saber que ela vai tocar..." E é exatamente isso que me acontece, no meu ouvido , Duca canta o amanhã colorido, justo num dia como esse, e para se ter um amanhã colorido, nem é preciso saber quais cores são primarias, quais são suas tonalidades, elas estão ali, e nem sempre precisam de uma definição.É por isso que digo, ser feliz não é viver em meio a coisas e situações mirabolantes, viver e ser feliz, é mais que isso, é abrir os olhos, sorrir e pensar que que um aperto de mão cordial, um sorriso sincero, um abraço caloroso, que cada uma dessas coisas se chama felicidade.

Então, que acha de começar a ser feliz agora ?



Por Fabiano Oliveira

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Fim de tarde

A noite caiu e trouxe com ela a chuva, não lembro ao certo que horas eram, mas sei que naquele dia, escureceu mais cedo que o normal. Pra mim era um final de tarde perfeito, adoro chuva, e fui levado aos poquinhos pelo vento que balançava a copa das árvores, cheguei no carro, com a camiseta denunciando a chuva que caia, uns poucos pingos, típico de quem correu pra não se molhar, sim, por que mesmo gostando de chuva, não estava disposto a pegar uma gripe...no caminho até o carro, cerca de cem metros, pulei duas poças d'agua e ainda tive tempo de sentir o cheiro de terra molhada, aquele que lembra os tempos de infância, onde jogar bola na chuva era melhor do que ficar preso dentro de casa, em frente ao autorama, ou então passando de fase no grande e perigoso river-ride...
Entrei no carro, sentei e olhei para o lado, como se fora uma bailarina, uma árvore, que nem imagino o nome, dançava e convidava a chuva a banha-la. Era tudo tão lindo, parecia algo planejado, ensaiado, quando liguei o carro, senti a chuva ficar ainda mais forte, o vento, por sua vez, acalmou-se, como se agora fosse a vez dele contemplar e respeitar a chuva que caia imponente.
Quando pus o carro a andar tive a certeza de que tudo aquilo era de verdade, que era puro, confesso que senti vergonha quando imaginei que o cano de descarga do corsa poderia estragar o espetáculo que a natureza proporcionava..mas enfim, o corsa não estava ali sozinho, tive então que fazer uma meia culpa...Sai dali, aos poucos fui chegando ao centro da cidade, da minha cidade, aquela que me viu nascer, crescer, e que se depender dos meus sonhos e desejos mais secretos, ainda vai ver nascer os dentes de meus filhos, espero que assim como eu, eles gostem de passear pelo calçadão, que eles achem bonito o por de sol quando visto lá da universidade, e que nos domingos à tarde, eles se pendurem na minha calça de abrigo, e não me deixem em paz até que eu os leve pra caminhar (eu) e correr (eles) no parque itaimbé.
E foi pensando em tudo isso que fui subindo a presidente, olhando para os lados e vendo tudo que só encontro aqui, antes de continuar, parei para abastecer, na verdade pra colcar os famosos "dez pila"...Quando volto a andar e continuo a subir a avenida que recebeu o nome do mais importante presidente que tivemos, me deparo com o amontoado de luzes das casas, e estabelcimentos comerciais, todas elas paradas, assumindo seus papeis de coadjuvantes, o papel principal era dos carros, motos, e de tudo mais que tem motor e farois, Ah ! não posso esquecer das buzinas, cada uma num tom diferente, nenhum capaz de fazer algo mudar...tudo isso no meio da chuva, que felizmente insistia em não me abandonar...nesse momento lembrei da árvore que dançava suave com o vento... aquela mesma que ficou lá atrás, mas nem por isso distante, questão de sete minutos, tá bom, onze, por causa do transito, sabe como é dia de chuva...
Quando percebi isso, tive a certeza, na prática, que tudo muda, e que a fases, estações, ritmos, momentos, enfim, situações diferentes, pra tudo, em tudo, e que eu sou sim responsável por decidir se prefiro a árvore ou as buzinas..não apenas no final de tarde, mas na vida, na chuva de cada dia, afinal, quem está na chuva, é pra se molhar.

Por Fabiano Oliveira

A Fumaça, o vapor e o Play

Graças a Internet, grande parcela de jovens entre 15 e 20 anos estão trocando a noite pelo dia, graças a Internet, que é um prato cheio, e muito cheio de bobagens e virtualidades que se confundem com a vida real e tira um pouco da pureza das pessoas onde tudo está se voltando para veículos na Internet, as pessoas criaram um compromisso com a rede de se exporem para os outros e mostrarem como são e não são.
Em sites como o youtube, 1 hora passa num piscar de olhos, e é engraçado que todo mundo sabe que ta perdendo tempo olhando coisas que não te acrescentam em nada, tu começa olhando futebol, daqui a pouco ta olhando uma coisa totalmente diferente.
O que eu quero dizer é que tudo muda, tudo acaba e tudo começa, o jovem de hoje em dia está cada vez mais despreocupado com o que realmente é real, e se perdendo em um mundo de mentiras. Não sou nem um inimigo do Pierre Levy, mas o mundo virtual ta passando um pouco dos limites.
São 5 horas da manhã e eu to aqui digitando esse texto, que merda, se não existisse a Internet eu estaria dormindo, para amanhã acordar cedo e ser como meu pai quando crescer, mas as coisas vão sempre chegando cada vez mais ao fim, a semiose de um cigarro aceso, um café quente e uma música tocando, me vem na cabeça que a fumaça do cigarro é porque ele ta cada vez se terminando mais, assim como meu pulmão, assim como o café evaporando em fumaça, assim como a vida real, assim como uma infância sem computador, assim como as mulheres descentes, assim como a música que eu to ouvindo, mas a música não se termina, é só dar outro play, assim como eu poderia parar de fumar, assim como eu poderia criar um senso e ir dormir agóra e parar de escrever...

Por Marcelo Figueiredo.

Na resenha....

... vou deitar!