domingo, 27 de julho de 2008

Mãe.


Em um domingo desses de fim de mês, que ocasionalmente frequento a casa dos meus avós, estava eu, sentado na porta da cozinha da minha com um prato de pastel no colo que ela sempre faz, como diversas outras coisas, só para me agradar. Sentado ali, passava na minha frente uma galinha com uns 15 pintinhos, todos ao redor dela, a galinha, e às vezes um ficava para traz e se dava por conta e saia correndo até ficar junto da mãe, a galinha. Olhei para o lado tinha uma mangueira, com duas vacas e 3 bezerrinhos recém nascidos, fui até la e tentei me aproximar para ver de perto e logo se espantaram, a vaca me olhou com uma cara de quem diz, "chega mais perto que eu te mato", tudo bem, respeitei o limite que ela impôs com o olhar. Voltei la na cozinha da , larguei o prato na pia e disse, "tava muito bom "minha véia".." que pra ela alegria maior não existe do que a de contentar um neto. Voltei la pra fora, com o meu velho costume de ficar dando fé em tudo e fui ver uns filhotes de uma cadela que acabara de dar cria. Cheguei bem perto, dei "oi" pra cadela, e quando peguei um filhote dela na mão ela me olhou com uma cara de doer o coração, se levantou, e ficou de pé olhando para o nada. Então me caiu uma ficha...todos os animais, protegem seus filhos enquanto novos, e quando chega o momento, os deixam viver da maneira que querem.
acopntece uma coisa engraçada, talvez ser mãe não seja tão fácil assim em um mundo que se vive hoje, que os filhos ja nascem sabendo, falando dos seres humanos, quando agente liga a TV, aparece um menino rico, usando droga, ou o caso Isabella, que a mãe não cuidou o suficiente da filha, os pais que abandonam os filhos, assim como muitos outros casos que todos já estão carecas de saber.
Não deveria ser ao contrário? Essa história ai de ser racional e irracional não ta bem contada, e como eu sempre falo nos textos, é tão fácil rir, ou usar animais como alimentos ou como forma de se dar bem...
Mas, mãe é mãe...


Ps. Reparem bem a foto, não são só gatinhos..


Por Marcelo Figueiredo

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A casa da esquina e a fita K7


Hoje, quando peguei a Zero Hora, fiz questão de nem ler a matéria de capa, a foto era suficiente para me dizer que o assunto não iria me agradar.Por mais que seja uma notícia importante, ainda assim, se trata de uma tragédia. E hoje, pelo menos hoje, eu não quero saber de coisas ruins.
Pois bem, fui passando, como hoje é quarta-feira, resolvi fazer o que um bom amante de futebol costuma fazer em dia de jogos importantes, ler o jornal de trás pra frente, logo de cara encontro com a foto risonha de David Coimbra, logo em seguida vou passando pelas contratações de D’alessandro, Gustavo Nery e Daniel Carvalho. Puxa! Suficiente pra me arrancar um sorriso, mesmo sabendo, que nosso gringo camisa cinco vai embora, e que nosso meia-goleador de voz fina também se despede.Hoje tem jogo do colorado, e a camisa com numero oito e distintivo bordado, tem cadeira cativa na sala de casa.
Volto um pouco mais, e ai sim, já fora dos esportes, encontro o começo de uma nova história, dois homens bem diferentes e ao mesmo tempo muito iguais, um deles com fama de gênio complicado, o outro, um boa praça, de sorriso tímido. Se isso os diferencia, existe algo muito maior que os aproxima, e os dois sabem bem disso.
Falo aqui de Humberto Gessinger, e Duca Leindecker...
Eterno líder da maior banda que o Rio Grande do Sul já viu nascer e crescer, no comando da engenharia havaiana, Gessinger lançou dezessete discos, viu sua banda trocar de formação seis vezes, em 1992 tentou carreira solo, e não teve vergonha nem medo de voltar atrás, e retomar a história dos Engenheiros do Hawaii, amado por uns e odiado por outros, não há dúvida que é um dos mais polêmicos e talentosos músicos que o Brasil tem. Mas ele não é só músico, o Humberto é poeta que tem o seu jeito caracteristico até pra coçar a barba.
Já Duca Leindecker, começou ainda pequeno ao lado do grande Alemão Ronaldo, em uma das bandas mais respeitadas pelos músicos porto-alegrenses, a lendária Bandaliera, nessa época, o então menino Duca tinha apenas dezessete anos.Tempos depois, no início dos anos 90, Duca, ao lado dos irmãos Luciano (de sangue) e Cau (de coração) monta a Cidadão Quem.
Engenheiros e Cidadão, sempre foram duas das bandas mais idolatradas pelos gaúchos, e no caso dos Engenheiros, isso se repete Brasil afora.
Não sei se por coincidência, ou se pelo faro por coisas boas (modesto), tenho duas situações bem marcantes na minha vida, e cada uma delas diz respeito a esses dois caras,Gessinger e Duca...
Quando eu ainda tinha onze anos, e só ouvia as músicas sertanejas que meu pai colocava no 3 em 1, fui apresentando para uma fita K7 dos Engenheiros do Hawaii, nunca tinha ouvido nada além de era um garoto que eu amava os Beatles e os Rolling Stones...Nossa, aquilo mudou minha vida, literalmente, ouvia a fita a toda hora, pirei com Infinita Highway e Terra de Gigantes, queria decorar o que aquele alemão cabeludo, tocador de baixo, cantava sobre as guitarras cheias de efeitos que eu não sabia que existiam.Por vezes tive medo de arrebentar o tal K7...
Já faz quase quinze anos, em todo esse tempo perdi as contas de quantas vezes fui a loja de discos, pra saber se tinha novidades da banda, mesmo que fosse uma dessas coletâneas que as gravadoras inventam pra ganhar dinheiro, eu queria tudo que tivesse aquelas engrenagens na capa.Perdi as contas de quantas vezes entrei em discussões, na grande maioria sozinho.Lembro bem da minha alegria ao gravar os shows que a banda fazia no planeta Atlântida, e claro, não esqueço da vez em que fiquei até as três da manhã, ouvindo e gravando, o papo que o Gessinger batia com Mister Pi.
Ainda hoje penso que muitas das coisas que Humberto escreve e canta, contam um pouco do que sou, e isso muito me orgulha, sei que mesmo nos dias em que as coisas não vão bem, ainda posso colocar os fones no ouvido e buscar minha “cura”.
Já o Duca, veio um pouco mais tarde, e também com o planeta Atlântida, sim, ele, a exemplo do Humberto também mereceu uma fita com seu nome escrito com caneta marca texto.
Mas a história que me aproximou do Duca veio depois, um amigo pegou, não sabe por qual motivo, um livro com capa branca e laranja, que estava na biblioteca da escola, acabou não lendo, e mais que isso, esqueceu aqui em casa, resolvi ler A casa da esquina, primeiro livro de Duca, pouco mais de cem páginas, mas que me levaram até a casa amarela e cheia de mistérios.
Depois disso, já nos tempos de segundo grau, promovi o encontro musical de engenheiros e cidadão, convidamos também o Cazuza, o Nenhum de Nós, a Ana banana do TNT e outros tantos que mexiam com nossas cabeças.Foi tudo aqui em casa, quando a nossa humilde e modesta bandinha de garagem ensaiava, (abraço pro Douglas e pro Gustavo) que bom que nosso barulho parou, viram só, nenhum sabia nada de música, tanto que hoje um é militar, outro professor de informática, e ainda tem um que acha que é radialista.
O tempo vai passando e as coisas vão acontecendo, fui a três shows dos Engenheiros, o ultimo deles em novembro do ano passado, dia 15, em Santa Cruz do Sul.
Shows da cidadão, fui em seis, o ultimo deles este ano, dia cinco de junho, no Absinto, durante a tarde bati um papo com o Duca na rádio, pra mim ainda é meio louco estar tão perto de uns caras que um dia pareciam estar muito longe.
A noite caiu, desci a Fernando Ferrari com um frio na barriga, havia sido avisado, por telefone uns minutos antes, que eu tinha uma missão, iria chamar a banda pro palco.
Assumi a bronca e tentei fazer o meu melhor, não é tão novidade pra mim, já fiz isso com outras bandas, várias delas com expressão bem legal, mas com a Cidadão era diferente, ainda mais depois da parceria que o Duca estabeleceu com o Humberto.
Hoje, quando li na Zero que as duas bandas, Cidadão e Engenheiros, vão dar um tempo, senti medo, enquanto a galera da cidadão tem data pra voltar, o Humberto diz não ter certeza de nada.
Sei que coisas boas vem dessa parceria musical e literária entre o Humberto e o Duca, mas tenho receio de não ter chance de realizar um dos meus maiores sonhos...
Gritar bem alto a seguinte frase: Com vocês, os Engenheiros do Hawaiiiiiiiiiiiiiiii !

Por Fabiano Oliveira

sábado, 19 de julho de 2008

Os mestres do blábláblá

Para entender a quem esse título homenageia é preciso ler o que segue. Lembra daquela frase clássica que rolava freqüentemente há pouco tempo atrás "A esperança do futuro são os jovens"? Claro que você lembra. Essa frase nasceu de uma estratégia que tem intento de ludibriar a mente dos jovens, da preguiça e da falta de coragem de fazer as coisas por parte dos anciões velhacos. Algum adulto triste com a situação do mundo e com um raciocínio malandro bolou essa sentença para que os jovens "mudassem o mundo". Pois é na fase da juventude que atingimos a idade do "princípio da percepção geral das coisas", começamos a entender o modo que a vida funciona e a merda que está isso tudo. Nos damos conta dos roubos, dos desvios, a política do enganar, a violência e todas essas outras coisas que a gente ouve toda a hora. A gente compreende isso e se revolta, a juventude de 40 anos atrás entendeu tudo e se revoltou, os malandros que tinham 20 anos em 1630 captaram tudo e se revoltaram também. Se revoltaram, mas não fizeram nada. A gente não fez nada. A gente não faz nada. O sábio que bolou que nós somos a esperança do mundo botou gasolina no fogo, mas não adiantou, a gente está a um passo de mudar as coisas. Mas antes de mudar qualquer coisa eu queria saber só uma coisa. Por que esses adultos de merda que têm grana, vida estável, condições, etc, não mudam coisa nenhuma? E se eu perguntar isso ao mestre yoda que criou essa frase tema do meu texto ele iria me responder com outra interrogação "Por que a gente vai mudar algo se temos vocês?"

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Lembranças


Tentei fazer do mesmo jeito pra ser diferente, e depois tentei fazer diferente pra ser do mesmo jeito...em vão !
Busquei lá no fundo de um baú velho, a caixa de recordações pra lembrar com exatidão quem sou, olhei pros dois lados pra ter certeza que estava sozinho, então comecei a ver as fotos da pré-escola, eu ali todo orgulhoso vestido de marinheiro, juramento ao lado dos colegas, tudo isso dentro do nosso grande barco, feito com papelão e que o pai da Simone fez e colocou no meio da igreja; Minha mãe guarda até hoje aquele uniforme, mas não sei onde, pq nesse baú não está.
Mais uma olhada aqui, outra ali, mais fotos vão surgindo, tem também um monte de papeis velhos, umas coisas que nem sabia que existiam, mas estão ali, fazendo número junto com as reliquias que ajudam a contar minha história..fotos da catequese, nossa ! lembro que eu estava muito nervoso, a pra completar meu pai ainda brincou dizendo que a RBS iria lá gravar pra sair no jornal das sete...meu Deus do céu, e agora ??
Mais uma olhadela na caixa... cd's, fitas casseste, vinil do Cazuza, fita vhs da formatura do ensino médio, invevitável lembrar do meu discurso de encerramento, obrigado galera, ter sido escolhido pra representar vocês naquele momento tão importante, foi um dos melhores presentes da minha vida...
E assim são as coisas, as lembraças de hoje, são as coisas que vivi ontem, as coisas que aprendi com o tempo, as fotos que tirei no passado, enfim, retratos do que sou...
Como é bom, construir cada coisinha sabendo que nada é em vão, que um dia, por mais normal que esse momento seja, vou olhar pra traz, e ver o quanto foi legal ter estado aqui....como foi bacana o primeiro dia na faculdade, o beijo nervoso depois de um papo louco, correr na chuva, escorregar e quase cair, a foto com a galera em São Gabriel, a parceria de dois amigos que aceitam fazer uma ligação especial do quarto do hotel...
Amanhã tudo isso será passado, e que belo passado, por isso nunca mais vou deixar as caixas tanto tempo guardadas, volta e meia vou visitar tudo que me faz bem e que me lembra o quanto tudo vale a pena.

Por Fabiano Oliveira

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Não poderia deixar isso de fora...LEIAM, VALE A PENA!

Pois é. O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos passivos. Olham o escândalo na televisão e exclamam 'que horror'. Sabem do roubo do político e falam 'que vergonha'. Vêem a fila de aposentados ao sol e comentam 'que absurdo'. Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem 'que baixaria'. Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram 'que medo'. E pronto! Pois acho que precisamos de uma transição 'neste país'. Do ressentimento passivo à participação ativa'. Recentemente estive em Porto Alegre, onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, paulista/paulistano que sou. Um regionalismo que simplesmente não existe na São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa. Abriram com o Hino Nacional. Todos em pé, cantando. Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul. Fiquei curioso. Como seria o hino? Começa a tocar e, para minha surpresa, todo mundo cantando a letra! 'Como a aurora precursorado farol da divindade,foi o vinte de setembroo precursor da liberdade'Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para mim eles oferecem. E eu fico pasmo. Aquilo cria um espírito de comunidade ao qual eu, paulista, não estou acostumado. Desde que saí de Bauru, nos anos setenta, não sei mais o que é 'comunidade'. Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo. Aliás, você sabia que São Paulo tem hino? Pois é...Foi então que me deu um estalo. Sabe como é que os 'ressentimentos passivos' se transformarão em participação ativa? De onde virá o grito de 'basta' contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil? De São Paulo é que não será. Esse grito exige consciência coletiva, algo que há muito não existe em São Paulo. Os paulistas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção. São Paulo é um grande campo de refugiados, sem personalidade, sem cultura própria, sem 'liga'. Cada um por si e o todo que se dane. E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes. Penso que o grito - se vier - só poderá partir das comunidades que ainda têm essa 'liga'. A mesma que eu vi em Porto Alegre. Algo me diz que mais uma vez os gaúchos é que levantarão a bandeira. Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo. Que venham, pois. Com orgulho me juntarei a eles. De minha parte, eu acrescentaria, ainda: 'SIRVAM NOSSAS FAÇANHAS DE MODELO A TODA A TERRA'

Texto de Arnaldo Jabor

Detalhes...

Não vou ter vergonha de falar aqui, que eu como qualquer outra pessoa no mundo, tenho sentimentos e algumas coisas me deixam mal, e algumas coisas me deixam feliz pro resto do dia.
Não vou falar do que me deixa mal, e sim das pequenas coisas e detalhes que me fazem ter vontade de viver, um "bom dia, e ótima semana" que o Fabiano fala na rádio de manhã, ou quando em algum comércio eu sou tratado com educação, quando uma pessoa passa por ti na rua e para pra conversa, parece se importar com a gente, quando uma professora recebe a gente na sala de aula sorrindo, quando algum amigo vem me visitar, enfim, esses detalhes tem gente que não perecebe, mas deveria, ja que nem todo mundo é assim, nem todos não são egoístas e fazem da inveja um escudo contra si mesmos...Feliz de quem tem o dom de estraír as coisas boas da vida, e não perde tempo pensando, e passando coisas ruins...mas...cada um escolhe como quer morrer, vivendo!

Promessa


Eu disse que viria aqui...sai do trabalho, passei em casa, peguei a máquina fotografica, as pilhas comprei no posto de gasolina, o mesmo onde compro chocolate pra mãe...pronto, cá estou, junto comigo minha mochila, o mp3, fones de ouvido, goma de mascar e uns poucos centavos de crédito no celular, o suficiente pra dizer o que mais importa...
Bem, cumprida a promessa, é hora de arrumar a casa...
Por Fabiano Oliveira